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Citeenel discutiu modernização do setor elétrico, compromissos ambientais e novos hábitos do consumidor

Data:
03/12/2021
Escrito por:
Assessoria de Imprensa

​Congresso promovido pela Aneel, com organização da CPFL, reuniu reguladores e empresas


A décima edição do Citeenel (Congresso de Inovação Tecnológica e Eficiência Energética no Setor Elétrico) discutiu o cenário do setor elétrico brasileiro a partir dos temas descentralização, descarbonização e digitalização. O evento ocorreu na última quinta e sexta-feira, 2 e 3 de dezembro, em São Paulo, com transmissão simultânea pela internet e público virtual de cerca de 900 pessoas.


Na abertura, o presidente da CPFL Energia, Gustavo Estrella, citou que as discussões do congresso seguem na esteira da COP 26, quando o Brasil e outros países estipularam metas de redução de emissão de carbono até 2030. Estrella ainda destacou a importância dos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no setor elétrico e as ações de eficiência energética. “A CPFL tem uma experiência maravilhosa com o PEE, que é o CPFL nos Hospitais”, ressaltou o executivo.


Para o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, as mudanças do setor de energia, com a expansão da matriz renovável, devem ser facilitadas pelo órgão regulador. “É notório que o setor elétrico passa por um rápido processo de transformação”, comentou. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou que, nos próximos dez anos, são esperados investimentos de mais de R$ 100 bilhões na energia solar no Brasil. “O tema da modernização do setor elétrico já vem sendo discutido amplamente”, destacou o ministro.


Wen Bo, presidente do Conselho de Administração da CPFL Energia, afirmou que o crescimento global é um grande desafio para todos os países e, especialmente na área de energia, o combate à mudança climática se tornou um objetivo. “Temos tentado fazer as transformações possíveis particularmente na área de tecnologia, levando a uma redução do custo de produção e a um aumento da eficiência produtiva”, destacou.


Mesas de discussão 


  • Visão institucional do setor elétrico

Aumento do consumo de energia, ampliação das fontes renováveis e desafios da regulação e operacionais estavam entre os temas debatidos na primeira mesa do Citeenel, na quinta-feira, 2. O aumento do escopo de clientes que poderão integrar o mercado livre e os pilares desta migração também se colocam, na visão dos participantes, como uma questão estratégica. Para o futuro do setor, a integração entre Estado, academia e setor privado precisa ser ampliada. 


Gustavo Estrella, CEO da CPFL Energia: “Ainda vamos ter uma demanda não apenas de limpar a nossa matriz atual, mas fazer com que ela cresça de forma limpa nos próximos anos”.


André Pepitone, presidente da Aneel: “É um desafio como e quando vamos chegar ao consumidor de baixa tensão. São 87 milhões de clientes residenciais no Brasil.”


Danilo Forte, deputado federal, PSDB-CE: “Com a oferta de energia barata, isso poderá ser um diferencial de competitividade para a indústria principalmente”.


Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE: “O futuro do setor é de um mercado aberto, de liberdade de escolha do consumidor. Todo território brasileiro tem que se beneficiar desta modernização do setor elétrico”.


Agnes Costa, chefe da assessoria em Assuntos Regulatórios do Ministério de Minas e Energia: “Trazer o carimbo verde para as nossas fontes e para a nossa indústria, e assim melhorar a nossa competitividade”. 


  • Novo PROPDI

A novo PROPDI (Procedimentos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação), hoje em fase de consulta pública, deve entrar em vigor em janeiro de 2023. As novas regras balizarão ações de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no setor elétrico brasileiro. Entre 2008 e 2020, foram investidos R$ 6,75 bilhões em P&D -  Aneel. A previsão é que o novo PROPDI preveja um Plano Estratégico Quadrienal de Inovação e Análise dos resultados e impactos das ações. Transformar as ideias de P&D em ações concretas e diversificar os atores envolvidos nos projetos e execução são desafios da área.


Elisa Bastos, diretora da Aneel: “Este programa tem um viés muito importante para a sociedade como um todo”.


Carmen Sanches, superintendente adjunta SPE-Aneel: “Desejamos beneficiar o consumidor, para que ele possa ter, com os investimentos de P&D e inovação, produtos e serviços e uma melhor qualidade da energia”.


Marcos Madureira, presidente da Abradee: “Precisamos transformar os projetos P&D em resultados, para as empresas que estão investindo e para os clientes. Introduzir atores novos, como as próprias startups, com todos os cuidados que precisam ser feitos, é fundamental”.


Paulo Foína, presidente da ABIPTI: “Precisamos de estabilidade dos investimentos de P&D”.


Zil Miranda, diretora de Inovação da CNI: “É importante diversificarmos o leque de atores relevantes que podem ser envolvidos nos processos de inovação”. 


  • Descarbonização

A diversificação da matriz energética do Brasil, com a adoção em maior escala da geração solar e eólica, é elemento central na evolução do setor. Além disso, a eletrificação cada vez mais presente no cotidiano das cidades, como nos carros elétricos, contribui para a redução da emissão de carbono e também se coloca como desafio para toda a cadeia da energia elétrica.


Renato Povia, diretor de Estratégia e Inovação da CPFL: “Estamos avançando fortemente no tema das eólicas e das solares. Paralelamente, também no setor de transporte temos a questão do etanol”.


Elbia Gannoum, diretora presidente da ABEEólica: “Estamos saindo de uma crise hídrica e isso nos mostra que termos uma proporção muito grande de uma determinada fonte nos coloca numa situação vulnerável. Precisamos diversificar a matriz tanto energética quanto elétrica”.


Ricardo Abe, gerente de Engenharia de Produtos da Nissan Brasil: “O futuro é a eletrificação”.


Yu Jun, presidente e CEO da SGID: “Big Data, internet móvel e dados na nuvem são aliados para os avanços no setor”. 


  • Descentralização

O futuro do setor elétrico, para os participantes desta mesa, é uma relação flexível entre cliente e setor de energia. A aposta é no aumento da competitividade, especialmente a partir da adoção, em maior escala, da geração distribuída e de uma gama maior de clientes no mercado livre.


Hélvio Guerra, diretor da Aneel: “A competitividade é relevante. Queremos que este sistema tenha fontes que possam competir e que o consumidor possa fazer as melhores escolhas.”


Luiz Barroso, diretor-presidente da PSR: “O objetivo primordial, com a descentralização, é reduzir o custo da energia.”


Jorge Esteves, diretor de Infraestrutura e Redes da ERSE, Portugal: “Quando falamos do setor elétrico estamos falando de toda a economia. Tudo tem que funcionar em conjunto e, por isso, a digitalização é importante”.


Carlos Solé, responsável por Energia e Recursos Naturais da KPMG Espanha: “As energias solar e eólica funcionam, nos mercados, em igualdade competitiva com outras energias.” 


  • Eficiência energética

A transição energética e a crise hídrica abrem caminho para que as ações de eficiência energética (EE) se coloquem, a cada dia, como mais relevantes para o setor energético brasileiro. A EE, além de reduzir a demanda por energia, incentiva a adoção de práticas sustentáveis de consumo, abrangendo toda a diversidade de clientes do setor, dos residenciais aos industriais. Neste ano, a Aneel lançou um projeto prioritário que prevê investimentos das distribuidoras em hospitais, algo já feito na CPFL desde 2019, através do programa CPFL nos Hospitais.


Paulo Luciano de Carvalho, superintendente SPE-Aneel: “Temos muitos desafios no âmbito do PEE da Aneel. A mudança de cultura já começou e a eficiência energética vai ser um recurso considerado na matriz energética brasileira. Para isso, precisamos aprimorar o PEE e as demais políticas relacionadas à eficiência energética”.


Marcel Siqueira, gerente do Procel: “A eficiência energética ainda pode contribuir muito para o setor e para a sociedade em geral. No futuro esperamos ter uma eficiência energética com mais investimentos do setor privado.”


Gustavo Naciff, superintendente adjunto na EPE: “Quando a gente fala em transição energética, temos um diagnóstico que a inovação é fundamental para a gente descarbonizar o setor. A eficiência energética é fundamental em qualquer estratégia de descarbonização que vamos discutir”.


Frederico Araújo, presidente da ABESCO: “A gente consegue implementar soluções muito rapidamente, de muito custo, com rápido payback. É muito rápido implementar uma solução de eficiência energética.”


O debate sobre digitalização, feito por Dennis Wang, diretor executivo da Igah Ventures, e Ronaldo Lemos, diretor científico da ITS Rio, pontuou os caminhos possíveis para o setor elétrico no sentido de digitalizar, cada vez mais, os serviços.


O Citeenel ainda teve palestras de Camila Farani, sócia-fundadora da G2 Capital, que abordou as mudanças impulsionadas pela inovação e a presença das startups em forma de serviços cada vez mais presentes na sociedade. O encerramento do congresso foi feito por Rodrigo Figueiredo, vice-presidente de Sustentabilidade e Suprimentos da Ambev. Ele apresentou como a empresa tem tratado a pauta ESG, assunto que também está presente no setor elétrico.


Fotos de todas as mesas e palestras podem ser baixadas clicando aqui.